Logo no início do grande discurso e famoso discurso de Jesus na montanha, encontramos algumas seções narrativas cuja delimitação não representa grande desafio. A primeira delas traz as famosas bem-aventuranças (5.3-12), que pretende ter como interlocutores um grupo bem definido de seguidores de Jesus, os supostos membros do grupo mateano. As bem-aventuranças os descrevem como pessoas de sorte, abençoadas, detentoras de uma espécie de felicidade ou privilégio de origem divina que os diferencia. Aqui, o texto nos dá bons indícios de que o grupo de Mateus é “pobre” e “perseguido”, e o apelo do texto é para que os destinatários aceitem este destino e suportem as limitações, acreditando que este é o caminho correto. Trata-se de uma exortação para que ninguém abandone a fé ou o grupo por conta das dificuldades que esta opção impõe.
Podemos tratar de alguns detalhes mais específicos, e o primeiro deles é que as bem-aventuranças de Mateus são em maior número do que as da versão de Lucas. Supõe-se, é claro, que ambos os evangelistas herdaram o texto da Fonte Q, e que Mateus teria dado um arranjo mais elaborado à sua versão. Na comparação com Lucas 6.20-23, um detalhe muito debatido da versão de Mateus é o acréscimo “em espírito” que geralmente nossas Bíblias trazem (Mt 5.3). Para muitos comentaristas, Mateus estaria “espiritualizando” o texto, fazendo com que o “pobre” deixasse de ser uma categoria social simples como em Lucas. Porém, essa explicação não condiz com o Evangelho de Mateus num todo, que dá muitíssima ênfase às questões econômicas. A solução que nos pareceu mais coerente para este problema foi oferecida por Paulo Roberto Garcia, que disse que “... o termo em espírito não espiritualiza a palavra pobre, muito pelo contrário, ele aponta o motivo que levou a comunidade a ser pobre. Em outras palavras, pela opção da vida "em espírito", a comunidade passa a ser pobre” (1995, p. 50-52). Garcia entende que o artigo definido grego da frase to pneumati está no caso “instrumental”, o que nos leva a entender a expressão como “por meio do espírito”. Quer dizer que a “pobreza” de Lucas não é excluída por Mateus, mas acrescida de um detalhe importante, que demonstra que para o grupo mateano a pobreza não era uma das vicissitudes que a vida lhes impunha, mas uma consequência da opção de fé que estavam fazendo. Por tudo isso, traduziríamos Mateus 5.3 assim: “bem-aventurados os pobres pelo espírito”.
As demais bem-aventuranças continuam apregoando aos pobres, fracos e poucos discípulos, que eles estão no caminho certo. Fazendo um resumo, o texto trata o próprio grupo como “os que choram”, os “humildes”, “os que têm fome de justiça”, e de “perseguidos por causa da justiça”. Essas expressões nos oferecem vislumbres das condições desvantajosas em que estes cristãos se encontravam, ou pensavam que se encontravam. Por outro lado as bem-aventuranças que os desenhou como grupo marginalizado, fraco, pobre... exalta outras virtudes deles ao chamá-los de “misericordiosos”, “puros de coração” e “pacificadores”. Parece que moralmente eles se consideravam superiores, e tais procedimentos exemplares inspirados na religiosidade talvez seja o que eles chamam de “justiça”. Temos um grupo que pretende ser exemplar no que diz respeito à moral e à religião, mas que julga sofrer preconceitos, sanções econômicas, perseguições, por parte de outros. As bem-aventuranças, então, não só explica ao próprio grupo quem eles são, construindo fronteiras e formatando a identidade social do grupo, como também os consola e motiva, através de promessas religiosas. Por isso, diz que os pobres de hoje serão nobres membros de uma corte quando o Reino dos Céus vier, diz que receberão grande herança, que verão a Deus...
Podemos tratar de alguns detalhes mais específicos, e o primeiro deles é que as bem-aventuranças de Mateus são em maior número do que as da versão de Lucas. Supõe-se, é claro, que ambos os evangelistas herdaram o texto da Fonte Q, e que Mateus teria dado um arranjo mais elaborado à sua versão. Na comparação com Lucas 6.20-23, um detalhe muito debatido da versão de Mateus é o acréscimo “em espírito” que geralmente nossas Bíblias trazem (Mt 5.3). Para muitos comentaristas, Mateus estaria “espiritualizando” o texto, fazendo com que o “pobre” deixasse de ser uma categoria social simples como em Lucas. Porém, essa explicação não condiz com o Evangelho de Mateus num todo, que dá muitíssima ênfase às questões econômicas. A solução que nos pareceu mais coerente para este problema foi oferecida por Paulo Roberto Garcia, que disse que “... o termo em espírito não espiritualiza a palavra pobre, muito pelo contrário, ele aponta o motivo que levou a comunidade a ser pobre. Em outras palavras, pela opção da vida "em espírito", a comunidade passa a ser pobre” (1995, p. 50-52). Garcia entende que o artigo definido grego da frase to pneumati está no caso “instrumental”, o que nos leva a entender a expressão como “por meio do espírito”. Quer dizer que a “pobreza” de Lucas não é excluída por Mateus, mas acrescida de um detalhe importante, que demonstra que para o grupo mateano a pobreza não era uma das vicissitudes que a vida lhes impunha, mas uma consequência da opção de fé que estavam fazendo. Por tudo isso, traduziríamos Mateus 5.3 assim: “bem-aventurados os pobres pelo espírito”.
As demais bem-aventuranças continuam apregoando aos pobres, fracos e poucos discípulos, que eles estão no caminho certo. Fazendo um resumo, o texto trata o próprio grupo como “os que choram”, os “humildes”, “os que têm fome de justiça”, e de “perseguidos por causa da justiça”. Essas expressões nos oferecem vislumbres das condições desvantajosas em que estes cristãos se encontravam, ou pensavam que se encontravam. Por outro lado as bem-aventuranças que os desenhou como grupo marginalizado, fraco, pobre... exalta outras virtudes deles ao chamá-los de “misericordiosos”, “puros de coração” e “pacificadores”. Parece que moralmente eles se consideravam superiores, e tais procedimentos exemplares inspirados na religiosidade talvez seja o que eles chamam de “justiça”. Temos um grupo que pretende ser exemplar no que diz respeito à moral e à religião, mas que julga sofrer preconceitos, sanções econômicas, perseguições, por parte de outros. As bem-aventuranças, então, não só explica ao próprio grupo quem eles são, construindo fronteiras e formatando a identidade social do grupo, como também os consola e motiva, através de promessas religiosas. Por isso, diz que os pobres de hoje serão nobres membros de uma corte quando o Reino dos Céus vier, diz que receberão grande herança, que verão a Deus...
2 comentários:
Boa tarde,Olha muito bacana esta questão do pobre de espirito,mas eu li e reli estas bem aventuranças mas não consegui discerni as tuas exposição,no contexto não era no sentindo de ensinamento para cada tipo de pessoa com dificuldades particular,exemplo pobre de espirito não aquela pessoas triste com ha o seu viver,mas no verso 11-12 que ele especifica para os discípulos na questão de seguir ou aceitar a mensagem de Cristo. muito boa suas postagens não tem problema ter opinião diferente. rsrs abração professor. Ivan
Devemos sim se apegar a DEUS NOSSO SENHOR JESUS CRISTO,porem não devemos ser submisso ao encardidos, sujos, imundos, porcos,incredulos dos ricos, que vem roubando o brasil e o mundo em geral em nome do capeta.
É exatamente por estes motivos,que a violencia prosperou...Se não abrir-mos os olhos, perderemos !
Vamos a luta espiritual,em nome de DEUS,e seremos vencedor.
E esses VAGABUNDOS, DESGRAÇADOS, AMALDISSUADOS, terão o troco após a morte, e acordadara para realidade da vida que é um vestibular, e veras que devemos amar o proximo como a si mesmo, e não amar somente a familia como pensão.
DEUS ESTA PRESENTE>Te observando a cada atitude,gestos,movimentos,palavras.
Não cai uma folha de uma arvore sem o concentimento de NOSSO SENHOR JESUS CRISTO ( DEUS )
E quem não acredita VAI PRO EXQUINTOS DOS INFERNOS.
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