Amigos, estou preparando meu "Projeto de Qualificação" para o doutorado, um trabalho onde fazemos um relatório de todas as atividades realizadas no curso e pela primeira vez falamos sobre nosso trabalho de pesquisa para outros avaliadores além do próprio orientador. Neste trabalho, devemos escrever algumas linhas sobre nós mesmos, produzindo uma autobiografia da nossa vida acadêmica. Assim, escrevi duas páginas sobre minha carreira e aproveito para divulgá-la aqui, no blog, aos que porventura tiverem o interesse. Não penso que eu seja uma celebridade e que existam muitos interessados nessa história, mas talvez essas linhas sirvam aos estudantes que também pensam em seguir caminhos similares. Vamos à minha história acadêmica?:
Meu nome é Anderson de Oliveira Lima. Sou brasileiro, nascido em São Paulo no dia 10 de julho de 1978. Começo 1999, ano em que me tornei bacharel em música (com especialização em violão erudito) pela Universidade Cruzeiro do Sul, que fica na zona leste de São Paulo, próximo ao lugar em que morava. Complementei minha formação musical estudando por alguns anos na Escola Municipal de Música de São Paulo, e em todo este período, tive o privilégio de estudar e tocar com alguns violonistas renomados como Giácomo Bartoloni, Paulo de Tarso Salles, Everton Gloeden, Roger Eon, Nander Novais e Henrique Pinto. Por conta de toda a experiência adquirida, trabalhei como professor de música em várias escolas, carreira que foi interrompida em 2008 pelas exigências de minha outra área de interesse.
Voltando um pouco, devo dizer que foi no ano 2000 tive meus primeiros contatos com a Bíblia, livro que desde o princípio me fascinou e me levou a estudar teologia e a procurar algum envolvimento religioso. Por aproximadamente seis anos, fui membro da igreja “Tabernáculo O Brasil Para Cristo” na Vila Jacuí, na zona leste da cidade de São Paulo. Lá desenvolvi diversas atividades, dentre as quais, as que considero mais importantes são: a) exerci papel importante na implantação de um trabalho de pequenos grupos que permitisse uma melhor administração da igreja que tinha cerca de 1500 membros na época; b) escrevi apostilas diversas, tanto para novos membros como para líderes; c) lecionei e escrevia mensagens semanalmente para diferentes meios de comunicação próprios da igreja. Enfim, sinto que contribuí positivamente para o crescimento daquela comunidade cristã enquanto fui dela participante.
Todavia, nunca tive pretensões de exercer qualquer função pastoral, motivo pelo qual, durante três anos estudei disciplinas selecionadas no “Instituto Bíblico do Brasil”, no bairro da Penha, também na Zona Leste. Foi neste período, em meados de 2006, que tive conhecimento de um curso que seria oferecido pela Universidade Metodista de São Paulo, curso que nortearia meus próximos anos de vida acadêmica.
Ingressei com muito interesse neste curso, um Lato Sensu que oferecia o título de “Especialista em Bíblia: com ênfase na tradição profética”. Professores como Milton Schwantes, Paulo Roberto Garcia e Paulo A. de Souza Nogueira, ofereçam-me ferramentas exegéticas que há muito ansiava, e mesmo após terminar o curso no início de 2008, não desejava desligar-me da Universidade Metodista.
Não há dúvidas de que um dos acontecimentos mais significativos da minha vida acadêmica foi o ingresso no mestrado em Ciências da Religião naquela mesma instituição de ensino. A contemplação com a bolsa de estudos integral da Cape’s foi decisiva para que eu pudesse me desligar das aulas de música e das minhas atividades na já mencionada igreja evangélica, de modo que os vinte e dois meses transcorridos até a conclusão deste curso foram muito bem aproveitados. Meu objeto de estudo foi o Evangelho de Mateus e sua linguagem econômica, e obtive êxito na pesquisa, obtendo o privilégio de ser aprovado com louvor pela banca avaliadora composta pelos doutores Paulo Roberto Garcia (orientador - UMESP), Paulo A. de Souza Nogueira (UMESP) e Pedro Lima Vasconcellos (PUC-SP), em Junho de 2010.
Imediatamente após a aprovação no mestrado, dei início ao processo seletivo para o doutorado na mesma instituição, a fim de seguir com minha carreira acadêmica e aprofundar aquela mesma temática em torno da linguagem econômica de Mateus. Desta vez, com o apoio de uma bolsa de estudos do CNPq, pude também dedicar-me às atividades letivas de minha área de pesquisa um dia por semana, tarefa recompensadora pela experiência profissional que proporciona, e pelos sempre ricos contatos com outros estudantes e professores. A instituição que me acolheu desde então em seu curso de teologia é o ICEC (Instituto Cristão de Estudos Contemporâneos), seminário teológico da igreja Betesda, localizada na zona sul da cidade de São Paulo. Ali, tenho atuado como professor de Novo Testamento e Grego Bíblico nos últimos semestres.
Uma última conquista acadêmica a ser mencionada é a publicação de meu primeiro livro, intitulado Introdução à Exegese: Um Guia Contemporâneo para a Interpretação de Textos Bíblicos, lançado em Fevereiro de 2012 pela Fonte Editorial (São Paulo). O livro, resultado de meus estudos pessoais e dos contatos com os alunos de exegeses do ICEC, não só marcou minha história profissional e proporcionou-me, mais do que a qualquer outra pessoa, oportunidade de valor inestimável para refletir sobre complexas questões metodológicas que nos acompanham em cada pesquisa empreendida.
4 comentários:
Que o Senhor lhe abençoe a cada dia em seu trabalho que tem ajudado o igreja brasileira.
Sou uma testemunha ocular de tudo que você descreveu neste breve relatório.
1984.Acredito eu ser uma das piores épocas da minha vida. O que lembro da minha infância? Enquanto toda criança normal brinca com seus amiguinhos,eu não brincava, porque na verdade nem amiguinhos eu tinha, a minha vida de criança era muito privada,o meu pai era muito rigoroso com a gente,nem brinquedo me lembro de ter ganhado do meu pai,tinha sim uma coisa que odiava fazer,que era tirar fotos,sempre tive na mente que foto você tira pra guardar boas lembranças, e meu pai brigava todas as vezes que ia tirar foto porque eu não sorria,sempre ficava séria,porque eu iria sorrir se não tinha motivos pra isso,não, eu não conseguia ser hipócrita,eu mal conseguia ficar em casa sempre que eu podia fugia pra casa da Dona Helena,porque ela fazia uma comida gostosa no fogão a lenha,adorava a companhia dela, sempre foi pra mim uma segunda mãe,ela me ajudou muito quando mais precisei mais essa história fica pra depois.
Eu me lembro de algumas coisas,mais me lembro,talvez,o suficiente pra continuar a viver a minha vida.
Me lembro de tudo de ruim,engraçado,não me lembro de nada de bom,porque será?Será que é porque não tive na verdade momentos bons na minha vida?Será que me lembro de coisas ruins porque só vivi coisas ruins? Não sei ,só sei que quem sabe bem sou eu.
A família da parte de minha mãe é inusitada,todos eles tem uma história ruim pra contar,ex:__A minha mãe foi estuprada,o meu tio Edinaldo virou bandido,o meu tio Nivaldo virou alcoólatra,o meu tio Aguinaldo era um verdadeiro mulherengo e depois pra variar virou pastor,o meu tio Douglas sempre foi um homem com mentalidade de uma criança,a minha tia Aparecida suportável porque o marido dela a suportava,e um outro tio ai que não me lembro o nome dele cujo era conhecido como (JIJÃO) morreu assassinado por mexer naquilo que não lhe pertencia,a minha avó a mãe de todos, também era alcoólatra e se suicidou tomando pó-de-vidro com a famosa (51) ao descobri que o meu avô,tinha uma amante,muito boba mesmo,porque ela se matou.
Eu também estou escrevendo a minha autobiográfia,e não faço a menor idéia se estou no caminho certo,mandei pra vc um trecho do que eu já escrevi e espero uma breve opinião,desde já agradeço e mais sucesso pra vc.
Olá! Infelizmente não sei quem escreveu, se a Cristina ou o Décio, e não acho que os conheço.
Em todo caso, fico feliz por ter considerado este espaço útil para sua reflexão, e por ter encontrado no meu texto tão simples, uma inspiração.
Também não sei qual o propósito do seu projeto. Por que está escrevendo uma autobiografia? Seja como for, esse exercício é muito útil, vai te fazer pensar na própria história, na verdade, vai te ajudar a compor a própria história.
Eu penso que o passado não existe. Só temos mesmo a nossa memória, e essa é construída por nossas escolhas, nossos pontos de vista, e por isso algumas pessoas podem se lembrar de coisas ruins do passado e sofrer muito no presente, enquanto outras tiram forças das dificuldades. Acho que você, por estar também escrevendo sobre seu triste passado, pode aproveitar para interpretar os defeitos dele, pode tentar compreender os erros das pessoas que te feriram, e pode curar sua própria identidade. Construa sua história positivamente, sempre faça uma reflexão otimista, misericordiosa, compassiva de cada momento difícil. Isso poderá ser muito importante, mesmo que ninguém mais leia sua história.
Minha autobiografia, como eu disse, foi meramente acadêmica. Por isso, também foi seletiva e positiva. Não tente se inspirar por ela.
Me senti honrado por me deixar ler sobre sua vida. Claro que todo texto merece revisões, e mesmo o melhor escritor deve ser corrigido por outro. Se preferir, pode me escrever no e-mail (aol10@ibest.com.br).
Procure definir seu objetivo, aonde quer chegar. Se quer escrever para outros, pense no que há no seu texto que pode interessar, embora sempre tenhamos que selecionar nosso público.
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